DECLARAÇÃO DO NÓS, CIDADÃOS!
Os programas neoliberais, geridos em alternância por PSD/CDS e pelo PS, obrigaram o Estado a ceder poder e riqueza ao sector financeiro, bancário e mercados de capitais; à diminuição da concorrência, e à criação de monopólios e oligopólios rentistas à custa de dinheiros públicos; à acumulação de dívida do estado em PPP’s; à acumulação de dívidas de famílias e empresas; e permitiram a transferência do risco do sector privado para o sector público, salvando bancos e danificando o tecido social. Foram políticas agressivas dos interesses da esmagadora maioria da população e, em particular, das classes médias que decidem, com o seu voto, os resultados eleitorais.
Nós, Cidadãos! consideramos que, tal como a maior parte dos europeus, os Portugueses confiam em que a social-democracia seja o mais aceitável dos regimes. Foi para isso que se ergueram os Capitães de Abril. Foi por ela que se bateram Sá Carneiro, o General Eanes e Salgado Zenha. Este tempo acabou há muito porque a social-democracia foi, entretanto, desvirtuada.
Agora, a realidade democrática dos números é esta: nas eleições europeias de 2014, 2 milhões de portugueses ainda acreditaram que a social democracia em Portugal pode ser defendida pelo PSD/CDS (1.033.158) ou pelo PS (909.932). Mas abstiveram-se quase 6 milhões de Portugueses (6.419.047, menos centenas de milhares de falecidos nos cadernos eleitorais) devido às constantes quebras das promessas eleitorais e, sobretudo, às agendas ocultas dos que falam em socialismo e liberdade nos programas e campanhas eleitorais mas têm políticas contrárias.
Nós, Cidadãos! somos contra as medidas de combate «aos direitos adquiridos» dos cidadãos mais desfavorecidos, das classes médias e dos trabalhadores: aumento de impostos selectivos e retroactivos; reduções de salários, pensões de reforma e outros benefícios sociais, mesmo a quem se encontra a meio de carreiras contributivas; redução da quantidade e qualidade de serviços públicos de saúde e educação e aumento de comparticipações. Somos contra a decapitação dos rendimentos do trabalho com impostos de aplicação imediata. É o pior do socialismo quando em troca de mais de 70% dos nossos rendimentos, o Estado presta cada vez menos serviços.
Em contrapartida, PSD/CDS e PS passaram a defender, pelo menos desde 2003, os «direitos adquiridos» das empresas dos mais abastados. As grandes empresas mantiveram os direitos adquiridos de antecipar a distribuição de dividendos aos accionistas e escapar ao agravamento da carga fiscal. As sociedades holding e os mais ricos donos dessas empresas, mantêm os direitos adquiridos à defesa do seu património. O governo aceita que a carga fiscal leve os poderosos grupos económicos a transferir as sedes das suas sociedades controladoras para a Holanda e outros paraísos fiscais, como sucede a 19 das empresas cotadas na BVL. É o pior do liberalismo quando na Economia, na Justiça, na Educação, só tem sucesso quem tem mais posses.
Para Nós, Cidadãos! é a falta de uma verdadeira alternativa social-democrata que permitiu que uma parte da casta de dirigentes de empresas privadas ou públicas e de banqueiros, conluiados com escritórios de advogados e com governantes que não usam a máquina do Estado para defender os cidadãos, se aproveitasse para realizar negócios em seu exclusivo proveito, em detrimento do país e do bem comum dos cidadãos; e entre esses negócios floresceu a corrupção.
Nós, Cidadãos! queremos políticas públicas de social democracia em que a ponderação dos vários interesses económicos e sociais em jogo permita determinar a estratégia que melhor sirva os interesses do maior número possível de cidadãos a longo prazo, tendo em conta o equilíbrio entre gerações e a sustentabilidade de Portugal. Esse superior interesse nacional, que concebemos, deve servir o interesse de cada um e de todos, o interesse geral, o bem comum.
Nós, Cidadãos! queremos políticas públicas de social democracia em clima de concertação social, num ambiente que encoraje a participação activa dos cidadãos, da sociedade civil e suas organizações representativas. Queremos uma democracia que produza decisões sociais participadas de forma aberta e livre pelos cidadão, de modo transparente, claro e susceptível de avaliação; e queremos uma democracia que garante a todos os cidadãos os direitos, liberdades e garantias que não podem destruídas por políticas de austeridade por mais racionais que aparentemente sejam.
É pelo bem comum da esmagadora maioria dos cidadãos que nos bateremos e é por isso que Nós, Cidadãos! estamos a crescer.
Vem fazer cidadania. Vem continuar Portugal!
É lamentável que um movimento que se diz estar com os cidadãos, a ver comentários e perguntas que não lhes agrada, decidam me bloquear muito democrata, aviso desde já que ezts vossa atitude irá ser publicada e partilhada o mais possível, para os portugueses realmente verem um movimento que não gosta de ser criticado nem esclarecer dúvidas
Miguel Pereira, foi bloqueado de onde?
Já começaram os ataques, não se deixem manipular, estamos aqui para trabalharmos para política de todos os Portugueses, não para nos servimos dela que é o que têm feito todos os governates que por lá têm passado nestes 40 anos de Democracia…